Curso de velas, sabonetes e produtos de limpeza fortalece políticas de autonomia para mulheres em Paranaguá

Capacitação realizada pela Prefeitura reuniu 40 mulheres no PAM, promoveu autonomia financeira e reforçou ações de empreendedorismo feminino.

A Prefeitura de Paranaguá concluiu, nesta quarta-feira, dia 26, a última aula do curso de Velas e Sabonetes Artesanais, uma capacitação que reuniu 40 mulheres em uma jornada de quatro semanas marcada por aprendizado prático, criatividade, conexão e fortalecimento da autonomia econômica. A ação foi realizada no Ponto de Atendimento à Mulher (PAM) e integra o conjunto de políticas públicas voltadas ao empoderamento feminino no município.

A formação foi viabilizada por meio de parcerias estratégicas entre a Secretaria Municipal da Mulher, Desenvolvimento Social e Igualdade Racial (Semdir) com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a Universidade Federal do Paraná (UFPR), o Instituto Federal do Paraná (IFPR) e empresas privadas, que apoiam financeiramente e/ou tecnicamente a realização das atividades. Além da produção de velas aromáticas e sabonetes, o curso inclui a criação de produtos de limpeza e repelentes naturais, ampliando as possibilidades de geração de renda.

Empreendedorismo como ferramenta de autonomia e proteção

Segundo a superintendente de Projetos Estratégicos da Prefeitura, Jacqueline Guimbala, o curso nasce dentro do PAM com um propósito claro: acolher, fortalecer e criar caminhos reais de independência financeira para mulheres que buscam novas oportunidades. Ela destaca que a política pública vai além do atendimento especializado e integra ações contínuas de formação profissional.

“O PAM tem um objetivo muito claro: atender todas as mulheres, não apenas aquelas vítimas de violência, mas também aquelas que procuram um espaço, um acolhimento e uma oportunidade de melhorar de vida. O curso foi idealizado em parceria com o professor Francisco Xavier, com apoio da empresa Centro Sul, e busca profissionalizar mulheres na produção de velas, sabonetes, detergentes, perfumes e desinfetantes. Tivemos uma aceitação muito grande. As vagas esgotaram rapidamente e já temos lista de espera para a próxima edição”, disse Jacqueline.

Ela reforça o impacto direto da capacitação na vida das participantes. “A mulher, muitas vezes, empreende por necessidade. E estamos reforçando um princípio essencial: independência financeira é uma das chaves para que a mulher possa dizer não à violência. Elas querem aprender uma profissão, querem dominar técnicas e querem vender. Esse curso abre portas para tudo isso”, afirmou.

Aulas práticas, certificação e apoio para comercialização

Responsável técnico pelo curso, o professor Francisco Xavier da Silva de Souza, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Desenvolvimento Rural e Pesca (Semmadesp), explica que a capacitação possui carga horária de oito horas-aula, distribuídas em quatro encontros, e que o certificado é emitido pela UFPR. Na formação, cada participante aprende a produzir até 16 tipos de itens, tanto da linha de higiene e limpeza quanto da linha de prevenção à dengue.

“O nosso objetivo é capacitar as mulheres para que elas aprendam a fazer produtos como detergente, amaciante, perfumes e repelentes. Elas aprendem fazendo. Eu explico e elas executam. A interação é muito grande e o aprendizado é real. Já temos participantes que estão comercializando os produtos e gerando renda, que sempre foi um dos nossos objetivos principais”, explicou.

Francisco destaca ainda o apoio das instituições parceiras. “Além da parte técnica, contamos com momentos conduzidos por profissionais do Sebrae, do IFPR e da UFPR, que explicam como formalizar o negócio, como calcular preço, como vender corretamente no mercado, seguindo protocolos e cuidados, inclusive normas da Anvisa. É um trabalho completo: ensinamos a produzir e também ensinamos a empreender”, detalhou.

Sebrae reforça formalização e acesso ao mercado

O consultor Luciano Mendes, credenciado ao Sebrae, conduziu a oficina sobre formalização, focada em orientar as alunas sobre como transformar conhecimento em negócio. “É muito importante que essas mulheres entendam que podem se formalizar com facilidade e segurança. O MEI é a porta de entrada para quem trabalha na informalidade e quer se tornar empresária de forma simples, rápida e com baixo custo. Nosso papel é mostrar direitos, deveres e caminhos para que elas possam gerar renda com autonomia”, disse.

Ele destaca a relevância da parceria com a Prefeitura. “O Sebrae mantém uma parceria antiga e muito sólida com o município. Estar aqui faz parte do nosso compromisso de fomentar o empreendedorismo, especialmente o feminino. Todos ganham: Prefeitura, Sebrae e, principalmente, as mulheres que passam a ter novas oportunidades”, informou.

Histórias que mostram o impacto do curso

A participante Sônia Navarro destacou como a formação ampliou seu horizonte. “Foi maravilhoso. Muito bem explicado, muito gostoso de aprender. Além de tudo, é prazeroso estar reunida com outras pessoas, trocando experiências. E é também uma forma de gerar renda. A gente aprende algo que pode virar um negócio”, disse.

Para a artesã Marlei de Jesus Vieira Alves, que já atua em feiras de artesanato, a experiência abre portas para novas criações. “Todo aprendizado é importante. A gente nunca sabe tudo. Gostei muito das aulas e aprendi coisas que posso usar em casa e, no futuro, vender. Talvez eu inclua esses produtos nas feiras que participo. É um mundo novo que se abriu”, contou.

A Semdir informa que novas turmas serão abertas em 2026, fortalecendo a política de capacitação e ampliando a rede de mulheres empreendedoras do município.

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