Reforma do Palacete dos Guimarães está em análise técnica e recursos podem vir do Governo do Estado

Prédio na Rua Marechal Deodoro é patrimônio estadual e está fechado. Área nobre do centro histórico pode servir como espaço multiuso para eventos e contribuir com movimento no comércio

A Prefeitura de Paranaguá, por meio da Secretaria de Trabalho, Emprego e Assuntos Sindicais, obteve por empréstimo junto ao Governo do Estado, as chaves do Palacete Joaquim Américo Guimarães, imóvel localizado à Rua Marechal Deodoro, 152, no centro histórico. O objetivo é realizar uma vistoria com laudo de viabilidade técnica visando captar recursos para reforma e revitalização do prédio, localizado em área nobre com grande potencial de aumentar o movimento no comércio. A meta é que os recursos sejam garantidos pelo Governo do Estado.

A iniciativa segue determinação do prefeito Adriano Ramos de buscar soluções viáveis para a recuperação do casario histórico. No caso do imóvel em questão, as tratativas estão sendo feitas pelo secretário municipal do Trabalho, Emprego e Assuntos Sindicais, Wagih Hammoud. Ele esteve reunido em Curitiba na última quinta (18) na Secretaria da Administração e da Previdência do Estado do Paraná (SEAP) buscando mais informações sobre o imóvel, que pertence ao patrimônio estadual.

A reunião foi no Departamento de Patrimônio do Estado e teve, além de Wagih, a secretária da SEAP, Marta Cristina Guizelini, o chefe do Departamento do Patrimônio Estadual (DPE), Felipe Carvalho Guilhermette, e a chefe da Divisão de Planejamento e Gestão, Jéssica de Oliveira.

Wagih detalhou os interesses do município e assinou um termo de empréstimo das chaves para que o município realize uma vistoria seguida de análise técnica e estudos de viabilidade para reforma e revitalização do prédio utilizando recursos do Governo do Estado. “Seria uma grande conquista para a cidade e atenderia aos interesses da população. Revitalizar para reaproveitar um espaço de suma importância especialmente por ocupar uma área privilegiada e que atualmente está insalubre, servindo de abrigo para animais indesejados e necessitando de cuidados específicos para evitar focos de dengue”, explicou o secretário.

Wagih destacou principalmente que o espaço depois de revitalizado pode ser multiuso, servir a eventos, palestras, encontros e reuniões. “O local poderá servir às necessidades tanto da Prefeitura quanto do Governo do Estado. Além disso, deve contribuir significativamente com a região comercial do entorno que passará a contar com mais um espaço ativo e em harmonia com o progresso da região”, defendeu Wagih.

Iniciativas como essa refletem o compromisso da gestão 2025/2028 em promover melhorias significativas na cidade. Constantemente, o prefeito Adriano Ramos destaca a importância de ações para integrar o trabalho de diversas secretarias para atender às múltiplas necessidades da população, visando uma Paranaguá mais desenvolvida e acolhedora para todos.

BREVE HISTÓRICO
O palacete Joaquim Américo Guimarães (Palacete dos Guimarães, assim se referiam os parnanguaras) à Rua Marechal Deodoro, 152, Centro Histórico (antiga Rua Direita) foi sede do Colégio Comercial Alberto Gomes Veiga, sede do Programa do Voluntariado Paranaense (Provopar) e sede do Fórum de Paranaguá.

Início do Século XIX - Joaquim Américo Guimarães, nascido em 1802 em Paranaguá, era o proprietário do sobrado estilo colonial na Rua Marechal Deodoro

1845 - A Câmara de Paranaguá agradece ao Comendador Joaquim Américo Guimarães por oferecer seu palacete para uma possível visita do Imperador à cidade, que não se concretizou.

1853 - O Palacete dos Guimarães hospeda Zacarias de Góis e Vasconcelos, primeiro presidente da Província do Paraná, entre 6 e 10 de dezembro, durante sua passagem por Paranaguá.

1938 - O prédio, funcionando como Fórum de Paranaguá, já apresentava sérios problemas estruturais. O juiz dr. Penido Monteiro solicita providências ao Governo do Estado.
1952 – Funcionou no local o escritório da empresa “Luz e Força”.

1959 – Funcionou no imóvel o Fórum Eleitoral de onde houve transmissão via rádio de contagem de votos com os radialistas Ludovico e Mario Mikosz.

1970 até o 2º semestre de 1971 - Após a desocupação como Fórum, o antigo prédio passa a ser utilizado pela instituição de ensino, Escola do Comércio Alberto Gomes Veiga, hoje Colégio Estadual.

1972 - Segundo o desembargador Ruy Fernando de Oliveira, o Fórum da Comarca funcionou na Rua Marechal Deodoro até 1972, depois foi transferido à Praça João Gualberto (Livro 150 anos da Comarca de Paranaguá).

1991 - Reforma do prédio do Fórum com recursos destinados por meio da Lei nº 1662.

Após 1991 sediou as varas criminais, Conselho Tutelar e alguns órgãos da Prefeitura. Depois permaneceu fechado. A Prefeitura retirou móveis há aproximadamente dois anos. Houve afirmativas de que o prédio seria reformado e voltaria a ser utilizado, o que não aconteceu.

Informações com contribuições dos secretários de Obras, Ozéias Rebelo Costa e de Cultura e Patrimônio Histórico, Ivan Lapolli Filho, do radialista Mário Mikosz e do pesquisador do Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá (IHGP), José Maria Faria de Freitas.


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