Paranaguá tem as primeiras mulheres estivadoras
O prefeito Adriano Ramos recebeu trabalhadoras e representantes sindicais após 121 anos da instalação da categoria
A cidade de Paranaguá conta agora com as primeiras mulheres e ingressar no Sindicato da Estiva após quebra de um ciclo de 34 anos sem renovação por processo seletivo e 121 anos de existência da categoria no município.
Na noite dessa segunda-feira (12), o prefeito de Paranaguá, Adriano Ramos, ao lado da vice-prefeita Fabiana Parro e do chefe de Gabinete, André Ferruci, recebeu representantes sindicais e apresentou oficialmente as primeiras mulheres a exercerem a função de estivadoras no porto da cidade que são Eduarda Garcia da Costa, Fernanda Garcia da Costa e Juliana Alves Araújo Ferreira.
O encontro contou com a presença do presidente do Sindicato dos Estivadores de Paranaguá e Pontal do Paraná (Sindestiva), João Fernando da Luz, do diretor de assuntos sindicais da Secretaria de Trabalho, Emprego e Assuntos Sindicais (Semtra), Dirceu Pereira, e do presidente do Sindicato dos Vigias Portuários de Paranaguá, Marcos Ventura Alves.
Adriano Ramos, que é filho de estivador, destacou a importância do momento: “É um marco histórico. Depois de 34 anos sem renovação por apontamento, agora, com o processo seletivo conduzido pelo OGMO (Órgão de Gestão de Mão de Obra do Trabalho Portuário), vemos cinco mulheres atuando nos porões dos navios. Eduarda foi a primeira a ‘bater lingada', carregou sacaria em turnos da madrugada e mostrou que técnica e dedicação fazem a diferença".
A nova estivadora Fernanda Garcia da Costa contou como foi o início na nova profissão. “Fomos bem recebidas, os colegas nos ajudaram bastante. Viemos de Rio Grande (RS), também uma cidade portuária. Hoje, com mais maturidade, estamos prontas para o desafio. É gratificante viver isso em Paranaguá e esperamos que mais mulheres venham também”, observou.
A vice-prefeita Fabiana Parro comemorou a conquista feminina. “Conversar com elas e ver a alegria nos olhos por estarem realizando um trabalho historicamente masculino é emocionante. Elas têm metas, visão de futuro e servirão de inspiração para muitas outras mulheres”, afirmou.
Para o presidente do Sindestiva, a chegada das primeiras estivadoras é um passo transformador. “São as primeiras e virão outras. Cresci em um lar comandado por uma mulher e sempre busquei garantir essa presença feminina. A inclusão no processo seletivo com critério de desempate para mulheres foi uma conquista importante”, considerou.
O dirigente também lembrou que o sindicato, com 121 anos de história, passou por uma mudança significativa ao abandonar o modelo de indicação e adotar o processo seletivo. “É o início de uma nova era para a estiva. Estou encerrando minha trajetória com a certeza de que ela continuará forte e mais inclusiva”, disse.
A presença feminina na estiva representa não apenas a quebra de barreiras, mas também um avanço na busca por igualdade no setor portuário, reforçando o compromisso de Paranaguá com inclusão, respeito e inovação.
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