Paranaguá promove 6ª Conferência Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa com foco em equidade, participação e respeito

Evento reuniu autoridades, especialistas e comunidade para debater políticas públicas, ouvir demandas e propor ações que garantam envelhecimento digno à população idosa


Foi realizada nesta terça-feira (24), no auditório do Senac Paranaguá, a 6ª Conferência Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa, com o tema “Envelhecimento multicultural e democracia: urgência por equidade, direitos e participação”. O evento reuniu representantes do poder público, conselhos, instituições sociais e a comunidade, em um espaço de diálogo e construção coletiva de propostas voltadas ao bem-estar e à valorização da pessoa idosa.

O destaque da conferência foi a palestra de Jorge Nei Neves, presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Idosa (CEDIPI-PR), que alertou sobre a urgência de políticas públicas mais efetivas para o envelhecimento digno no Paraná.

“Estamos vivendo um momento crucial. Hoje o Paraná tem cerca de 1,9 milhão de pessoas idosas, número que cresce aceleradamente. Em 2027, teremos mais pessoas acima de 60 anos do que crianças de 0 a 14. É preciso preparar as cidades e o país para essa realidade”, declarou Jorge Nei.

O palestrante destacou ainda a importância de garantir equidade nas políticas públicas, reconhecendo as diferentes formas de envelhecer e promovendo ações específicas para cada realidade.

“Precisamos pensar nas velhices plurais, nas diversas formas de envelhecimento. Cada pessoa tem um processo diferente e, por isso, as políticas devem atender com respeito e qualidade a todas essas realidades”, concluiu.

A secretária municipal da Família, Cidadania e Desenvolvimento Social, Carolina de Miranda Evangelista Lourenço, reforçou o papel da conferência como espaço democrático para o debate de políticas públicas.

“É uma oportunidade de escuta e diálogo entre população, instituições públicas e sociedade civil. Infelizmente, ainda enfrentamos casos de violência contra a pessoa idosa em nosso município, e eventos como esse são essenciais para planejar estratégias e fortalecer os serviços”, afirmou.

Ela também destacou a importância da participação intergeracional como forma de fortalecer os direitos da pessoa idosa e conscientizar a sociedade.

“Ao envolver jovens e adultos no debate, promovemos o conhecimento, o respeito e o compromisso com o envelhecimento digno de todos nós”, completou.

A presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa (CMDPI), Emilyn Teixeira de Oliveira, ressaltou que a conferência é um momento de reflexão e proposição.

“É hora de avaliarmos o que já foi feito e o que ainda precisa ser realizado em termos de políticas públicas. O envelhecimento multicultural exige que olhemos para todas as esferas – diversidade, raça, cultura – e avancemos nas ações”, pontuou.

Durante o evento, os participantes acompanharam a apresentação do projeto UNATI (Universidade Aberta à Terceira Idade), da Universidade Estadual do Paraná (Unespar), e se dividiram em grupos de trabalho para a construção de propostas que serão encaminhadas aos âmbitos municipal, estadual e federal.

Membro do CMDPI, Tânia Cardoso elogiou a iniciativa e reforçou a importância da participação dos jovens nas discussões.

“A conferência é um ato necessário. Precisamos renovar e ajustar o que é preciso. Os jovens de hoje serão os idosos de amanhã, então é essencial que se envolvam agora para garantir um futuro melhor”, declarou.

Duas moradoras do Asilo São Vicente de Paulo, as senhoras Marta Lenz e Tereza Miranda, de 80 anos, também participaram da conferência e fizeram um apelo simples, mas poderoso: respeito.

“O idoso tem valor, mesmo que muitos pensem que, ao envelhecer, a pessoa não serve mais. Mas é preciso dar valor”, disse Marta.

“Eu me sinto bem onde estou, sou tratada com carinho. Todos os idosos merecem esse respeito e cuidado”, concluiu Tereza.

A 6ª Conferência Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa reafirmou o compromisso de Paranaguá com o envelhecimento com dignidade, chamando a atenção da sociedade para a responsabilidade coletiva de construir uma cidade mais justa, inclusiva e preparada para o futuro.

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