Festa da Tainha de Paranaguá celebra tradição, esforço e cultura do mar
Evento começa nesta sexta (11) com show dos Tocadores de Blues. Trabalho diário dos pescadores reforça importância da pesca sustentável para a identidade da cidade
A Festa da Tainha de Paranaguá – edição nacional que começa nesta sexta-feira (11) e vai até o próximo domingo (20) com shows nacionais e muitas atrações – é muito mais do que uma celebração gastronômica. Ela representa o esforço diário de comunidades que vivem do mar e do trabalho dos pescadores. Gente valente, habitantes da baía de Paranaguá que, antes mesmo do sol nascer, já estão no mar em busca do peixe que vai encher os pratos e aquecer o coração da cidade.
São sete as colônias pesqueiras de Paranaguá – Ilha do Teixeira, Europinha, Eufrasina, Amparo, Piaçaguera, São Miguel e Ponta do Ubá — que contribuem para esse grande evento, levando ao prato uma tainha de qualidade, que deve custar em torno de R$ 125 para o consumidor na Festa. De segunda à quinta, numa parceria anunciada pelo prefeito Adriano Ramos e os pescadores, o prato para servir quatro pessoas custará R$ 95, mais acessível aos parnanguaras como sugeriu o prefeito.
“O dia do pescador começa cedo, muitas vezes às quatro horas da manhã. Ainda escuro, eles já estão de pé, revisando equipamentos, verificando as redes, os anzóis e os motores dos barcos. É um ritual que exige atenção e dedicação, pois o sucesso da pescaria depende de cada detalhe. Depois de preparar tudo, partem para o mar, enfrentando ondas, vento forte, sol ou chuva, sempre com o objetivo de garantir o sustento da família e manter viva uma tradição que passa de geração em geração”, diz o prefeito.
O LANÇO DA TAINHA
O processo de captura exige a habilidade de ler movimentos da natureza. Durante horas, eles ficam atentos às mudanças no clima, às marés e ao comportamento dos peixes. A tainha, que tem seu período “de corrida” entre maio e agosto, é o peixe a ser capturado nessa época. “A corrida da tainha começa em maio e vai até agosto”, explica Nara Cristina Barbosa, que mora no Amparo há mais de 20 anos e faz parte de uma das colônias de pescadores na região. “Durante esse período, a gente parte para o mar, porque é quando ela está maior, mais gorda, mais vantajosa para a venda”, diz ela.
Fernanda Nascimento Pereira, também ajuda e reforça os trabalhos da pesca: explica que a quantidade dos pescados, “Depende muito do tamanho do barco. Os pequenos pescadores, que têm barcos menores, conseguem pegar uma quantidade menor, enquanto os maiores, como o do meu pai, podem chegar a uma tonelada de tainha. Na festa a gente trabalha com qualidade controlada, porque a tainha precisa estar entre 1,8 a 2 quilos para ser vendida na festa. Se ela for menor, fica mais difícil para a venda.”
Ao final do dia, o pescador retorna a praia carregado de peixes, pronto para descarregar, limpar as redes e preparar tudo para a venda ou o consumo. O esforço de cada um é recompensado na festa, que além de celebrar a cultura local, movimenta o turismo na região.
Para Fernanda que também pertence a comunidade do Amparo, a festa é uma oportunidade de valorizar o trabalho dos pescadores e a tradição que mantém Paranaguá viva. “A chegada da tainha ao prato é o resultado de muito esforço e dedicação. Cada peixe que chega aqui representa o esforço de toda uma comunidade que valoriza a pesca sustentável e a nossa cultura. Mas é bom citar que a demanda para a festa é muito grande e que muitas vezes temos que recorrer a outras colônias para atender as pessoas, é muita gente”, diz ela.
Assim, a Festa da Tainha reforça a importância do trabalho diário dos pescadores, que enfrentam o mar com coragem e esperança, e celebram a riqueza de uma tradição que faz parte da alma de Paranaguá.
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