Educação para as Relações Étnico-Raciais foi tema de formação continuada

Pedagogos, professores e educadores tiveram a oportunidade de aproveitar temas pertinentes ao VAAR , comunidades indígenas e étnico raciais


A Secretaria Municipal de Educação e Ensino Integral (Semedi) de Paranaguá promoveu, na última terça-feira (12), uma formação para os profissionais da área com o tema “ERER: Educação para as Relações Étnico-Raciais”. O encontro contou com a presença da secretária municipal, Fabíola Soares Arcega, além de professores, educadores e pedagogos da rede municipal. A atividade foi realizada no auditório do Instituto Superior do Litoral do Paraná (Isulpar), nos períodos da manhã e tarde.

A secretária Fabíola Soares Arcega ressaltou a relevância do tema para o fortalecimento da rede de ensino. “O tema é um compromisso legal, ético e pedagógico, essencial para a construção de uma escola inclusiva e democrática. Numa cidade marcada pela diversidade cultural e histórica, é papel da rede municipal reconhecer e valorizar as contribuições dos povos indígenas, africanos e de outras matrizes, promovendo práticas que combatam o racismo e fortaleçam o respeito às diferenças no cotidiano escolar”, afirmou.

Na abertura, a professora mestre Renata da Silva Gerhardt Pereira apresentou uma abordagem interseccional entre Educação, Cultura e Direitos dos Povos Indígenas. Ela convidou o público a refletir sobre a filosofia do bem viver (Teko Porã), destacando práticas ancestrais que inspiram formas mais justas, coletivas e sustentáveis de viver.

Renata compartilhou sua experiência com estudantes indígenas na Ilha da Cotinga, ressaltando a importância de uma educação diferenciada e culturalmente específica. “Vim apresentar um pouco de como funciona a educação indígena e como os professores guarani trabalham com as crianças, sempre em contato com a natureza. Desde cedo, elas aprendem a plantar, a construir uma casa e a conviver de forma comunitária. Cada comunidade tem sua cultura, mesmo dentro da Cotinga. Essa sabedoria enriquece nossas vidas. Precisamos quebrar estereótipos: a educação indígena não é um favor, é um direito”, destacou.

A programação também contou com a participação da professora doutora Edicelia Maria dos Santos de Souza, que palestrou nos dois períodos. Ela abordou os desafios da oferta da Educação Básica sob a perspectiva racial e a Condicionalidade III do Valor Aluno Ano Resultado (VAAR).

“Estamos levando esse conhecimento por todo o litoral, para alcançar nossas crianças pretas e pardas, além das indígenas. Em grande parte do Brasil, vemos poucos pretos e pardos formados. É urgente trabalharmos a questão étnico-racial diariamente nas escolas”, afirmou Edicelia.

Encerrando a formação, o professor doutor Antonio Gonçalves Nunes Neto apresentou reflexões sobre as cinco condicionalidades do VAAR, destacando a importância da implementação efetiva das políticas educacionais que garantam equidade no acesso e na qualidade do ensino.

 

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