Energia limpa e dignidade: Ponta Oeste, na Ilha do Mel, se prepara para receber sistema de energia solar após 35 anos de espera
Comunidade tradicional 100% nativa de Paranaguá terá sistema fotovoltaico individual em todas as residências e aquecimento solar de água, além de cozinha comunitária, flutuante para desembarque e trilha de acesso. Projeto une desenvolvimento e preservação ambiental.
Na manhã de quinta-feira (14), a comunidade tradicional de Ponta Oeste, na Ilha do Mel - única formada exclusivamente por nativos em Paranaguá - viveu um momento histórico. Após 35 anos de espera, os moradores receberam a confirmação de que terão acesso à energia elétrica por meio de sistemas fotovoltaicos individuais, que serão instalados diretamente em cada uma das 20 residências. Cercada pela Estação Ecológica da Ilha do Mel, unidade de conservação de proteção integral, a comunidade será beneficiada por um projeto fruto da parceria entre Prefeitura de Paranaguá, Governo do Estado, Copel, Instituto Água e Terra (IAT), Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e Ministério Público.
Atualmente, os cerca de 20 núcleos familiares contam apenas com energia gerada por motores a diesel, o que limita o conforto e restringe as atividades diárias. O novo sistema, avaliado em cerca de R$35 mil por unidade, trará placas solares, baterias e aquecimento solar de água com boiler de inox de 200 litros, capaz de manter a temperatura por até 48 horas.
Segundo o secretário municipal de Desenvolvimento Rural e Ilhas, Pesca, Abastecimento e Aquicultura (Semdesp), Márcio Vega, a medida representa um marco de desenvolvimento e preservação da qualidade de vida local. “É um sonho que a comunidade espera há 35 anos. A energia limpa vai trazer mais conforto e permitir melhorias estruturais, como a futura cozinha comunitária, que servirá tanto para festas tradicionais quanto para o processamento de pescado, gerando renda e fortalecendo a economia local”, afirmou.
A Copel apresentou à comunidade o desenho técnico do projeto, que prevê sistemas com estrutura em fibra de vidro ou alumínio, resistentes às condições litorâneas, e com consumo mínimo garantido de 80 quilowatts-hora por mês - podendo chegar a 128 kWh no verão. A potência será de 1.250 watts, com tensão de 127 volts, e baterias com autonomia de 48 horas, acima do exigido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Segundo o engenheiro Charles Ijaille, a instalação levará em conta critérios como proximidade da unidade consumidora, orientação ao norte geográfico para maior eficiência, avaliação de sombreamento e preservação ambiental. “Nada será feito sem a anuência dos moradores e a validação técnica e ambiental. Cada família assinará uma autorização de instalação, com croqui indicando a localização do sistema”, explicou.
Prazos e próximas etapas
O processo seguirá com uma nova reunião marcada para o dia 21 de agosto, quando será feita a devolutiva das autorizações assinadas e a formalização da aprovação da comunidade. A partir daí, o projeto seguirá para os licenciamentos ambientais e para a autorização da Secretaria de Estado da Cultura, já que a Ilha do Mel é tombada pela Coordenação do Patrimônio Cultural do Paraná.
O chefe regional do IAT Litoral, Altamir Hacke, adiantou que o órgão atuará para acelerar a liberação. “Avalio que essa reunião foi muito boa e o IAT entendeu onde consegue, de forma mais efetiva, apoiar na agilidade da implantação deste sistema. Podemos conceder a liberação antes do prazo legal, desde que toda a documentação esteja correta", disse.
Superadas essas etapas, a contratação da obra e a compra dos materiais deverão ocorrer entre três e cinco meses. A execução, seguida da energização das unidades, terá prazo estimado entre três e nove meses, podendo variar conforme condições climáticas e trâmites externos.
Obras complementares na Ilha do Mel
O superintendente geral de Relações Institucionais do Paraná, Renato Adur, destacou que a iniciativa faz parte de um conjunto de melhorias previstas para a Ilha do Mel. “Em Ponta Oeste, além do sistema de energia solar, será instalado um flutuante para desembarque de turistas e aberta uma trilha de acesso às residências. Em outras regiões, como Brasília e Encantadas, teremos investimentos em saneamento, com implantação de sistema de esgoto, construção de novos trapiches e modernização das áreas de embarque”, afirmou.
A Prefeitura de Paranaguá também contribuirá com a construção de uma cozinha comunitária, nos moldes das já existentes em Piaçaguera e Amparo.
Durante o encontro, equipes da Secretaria Municipal da Família, Cidadania e Desenvolvimento Social orientaram os moradores sobre o cadastramento no CadÚnico, que permitirá a isenção da tarifa mensal de energia, estimada em R$70, garantindo que o uso do sistema fotovoltaico seja gratuito para as famílias.
Para Renato Adur, mais do que uma obra de infraestrutura, a iniciativa representa o resgate da dignidade e a reparação de anos de descaso com a comunidade. “O Litoral está se transformando para receber turistas, mas, sobretudo, para garantir melhores condições de vida e trabalho aos moradores tradicionais”, concluiu.
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Atualmente, os cerca de 20 núcleos familiares contam apenas com energia gerada por motores a diesel, o que limita o conforto e restringe as atividades diárias. O novo sistema, avaliado em cerca de R$35 mil por unidade, trará placas solares, baterias e aquecimento solar de água com boiler de inox de 200 litros, capaz de manter a temperatura por até 48 horas.
Segundo o secretário municipal de Desenvolvimento Rural e Ilhas, Pesca, Abastecimento e Aquicultura (Semdesp), Márcio Vega, a medida representa um marco de desenvolvimento e preservação da qualidade de vida local. “É um sonho que a comunidade espera há 35 anos. A energia limpa vai trazer mais conforto e permitir melhorias estruturais, como a futura cozinha comunitária, que servirá tanto para festas tradicionais quanto para o processamento de pescado, gerando renda e fortalecendo a economia local”, afirmou.
A Copel apresentou à comunidade o desenho técnico do projeto, que prevê sistemas com estrutura em fibra de vidro ou alumínio, resistentes às condições litorâneas, e com consumo mínimo garantido de 80 quilowatts-hora por mês - podendo chegar a 128 kWh no verão. A potência será de 1.250 watts, com tensão de 127 volts, e baterias com autonomia de 48 horas, acima do exigido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Segundo o engenheiro Charles Ijaille, a instalação levará em conta critérios como proximidade da unidade consumidora, orientação ao norte geográfico para maior eficiência, avaliação de sombreamento e preservação ambiental. “Nada será feito sem a anuência dos moradores e a validação técnica e ambiental. Cada família assinará uma autorização de instalação, com croqui indicando a localização do sistema”, explicou.
Prazos e próximas etapas
O processo seguirá com uma nova reunião marcada para o dia 21 de agosto, quando será feita a devolutiva das autorizações assinadas e a formalização da aprovação da comunidade. A partir daí, o projeto seguirá para os licenciamentos ambientais e para a autorização da Secretaria de Estado da Cultura, já que a Ilha do Mel é tombada pela Coordenação do Patrimônio Cultural do Paraná.
O chefe regional do IAT Litoral, Altamir Hacke, adiantou que o órgão atuará para acelerar a liberação. “Avalio que essa reunião foi muito boa e o IAT entendeu onde consegue, de forma mais efetiva, apoiar na agilidade da implantação deste sistema. Podemos conceder a liberação antes do prazo legal, desde que toda a documentação esteja correta", disse.
Superadas essas etapas, a contratação da obra e a compra dos materiais deverão ocorrer entre três e cinco meses. A execução, seguida da energização das unidades, terá prazo estimado entre três e nove meses, podendo variar conforme condições climáticas e trâmites externos.
Obras complementares na Ilha do Mel
O superintendente geral de Relações Institucionais do Paraná, Renato Adur, destacou que a iniciativa faz parte de um conjunto de melhorias previstas para a Ilha do Mel. “Em Ponta Oeste, além do sistema de energia solar, será instalado um flutuante para desembarque de turistas e aberta uma trilha de acesso às residências. Em outras regiões, como Brasília e Encantadas, teremos investimentos em saneamento, com implantação de sistema de esgoto, construção de novos trapiches e modernização das áreas de embarque”, afirmou.
A Prefeitura de Paranaguá também contribuirá com a construção de uma cozinha comunitária, nos moldes das já existentes em Piaçaguera e Amparo.
Durante o encontro, equipes da Secretaria Municipal da Família, Cidadania e Desenvolvimento Social orientaram os moradores sobre o cadastramento no CadÚnico, que permitirá a isenção da tarifa mensal de energia, estimada em R$70, garantindo que o uso do sistema fotovoltaico seja gratuito para as famílias.
Para Renato Adur, mais do que uma obra de infraestrutura, a iniciativa representa o resgate da dignidade e a reparação de anos de descaso com a comunidade. “O Litoral está se transformando para receber turistas, mas, sobretudo, para garantir melhores condições de vida e trabalho aos moradores tradicionais”, concluiu.
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