Prefeitura de Paranaguá realiza abertura do Programa Transformar com foco em práticas inclusivas e desenvolvimento humano
Iniciativa é pioneira no mundo ao adaptar metodologia da OMS para a formação de professores, fortalecendo a educação inclusiva na rede municipal.
							A Prefeitura de Paranaguá realizou nesta quarta-feira, dia 8, no auditório do Instituto Superior do Litoral do Paraná (Isulpar), a abertura oficial do Programa Transformar: Ferramentas para Práticas Inclusivas. A iniciativa é promovida em parceria com o Ministério da Educação (MEC) — por meio da Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva — com a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e com a Secretaria Municipal de Educação e Ensino Integral (Semedi), com o objetivo de fortalecer a formação de professores e educadores da rede municipal em práticas pedagógicas mais inclusivas e humanas.
O programa busca melhorar a comunicação, prevenir e manejar comportamentos desafiadores, promover a resolução de conflitos e incentivar o autocuidado do professor.
Durante a abertura, a supervisora especial de Educação Especial e Inclusão, professora mestra Sandra José Vellozo, ressaltou a relevância da formação para o cotidiano escolar. Segundo ela, o Programa Transformar chega a Paranaguá com o propósito de fortalecer uma educação mais inclusiva, equitativa e acessível para todos, representando um passo importante na valorização da diversidade dentro das escolas.
“Somos privilegiados por receber essa parceria, que vai beneficiar diretamente nossos alunos atípicos, oferecendo suporte especializado e promovendo a capacitação dos professores. Com isso, avançaremos na inclusão efetiva, tornando nossas escolas mais preparadas para acolher cada estudante em sua singularidade. Acreditamos que a inclusão começa pela formação de quem ensina. Por isso, investir na qualificação dos educadores é investir em uma educação pública mais justa, humana e transformadora”, afirmou.
Uma formação com base científica e olhar humano
Desenvolvido pela UFPR, o Programa Transformar se fundamenta na ciência do desenvolvimento humano, integrando princípios da análise do comportamento, da educação positiva e da psicologia positiva. A metodologia é inspirada em programas internacionais da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Autism Speaks, e chega a Paranaguá em uma adaptação inédita voltada à prática pedagógica.
“O Programa Transformar é uma adaptação de um treinamento de pais organizado pela OMS e pela Autism Speaks, criado para apoiar famílias que não têm acesso a atendimentos terapêuticos especializados. Ele beneficia especialmente crianças com autismo ou com atraso no desenvolvimento, mesmo sem diagnóstico formal”, explicou Maria de Fátima Minetto, professora doutora da UFPR e coordenadora do projeto.
De acordo com Maria de Fátima, o foco é oferecer recursos para que pais e professores compreendam melhor a comunicação e o comportamento da criança, sem a intenção de transformá-los em terapeutas. “Queremos dar ferramentas para promover engajamento, desenvolvimento e aprendizagem - e Paranaguá tem sido parceira fundamental nesse processo”, completou.
Segundo ela, o projeto é subsidiado pelo MEC e está sendo implementado em um grupo restrito de municípios brasileiros. “É um orgulho chegar até Paranaguá e ver o engajamento dos educadores da região. Estamos muito felizes com a adesão e com o compromisso da cidade em ser pioneira nesse processo”, destacou.
Da metodologia clínica à prática escolar
O Caregivers Skills Training (CST), criado pela OMS e pela Autism Speaks, é um programa com evidência científica internacional, voltado ao treinamento parental - ou seja, à capacitação de cuidadores para lidar com comportamentos desafiadores e estimular o desenvolvimento de crianças com atraso no desenvolvimento. Pela primeira vez no mundo, essa metodologia foi adaptada para o contexto educacional, com foco na rotina das escolas públicas.
“A intenção, em hipótese alguma, é transformar o professor em terapeuta. Estamos em uma realidade de sala cheia, diferente de uma clínica. Mas é possível compreender os princípios terapêuticos e aplicá-los de forma pedagógica, com estratégias simples que fazem diferença no dia a dia”, afirmou Maria de Fátima.
Ela reforçou que o programa já demonstrou resultados positivos em outras cidades brasileiras. “Quando o adulto entende a forma de comunicação da criança, o processo de aprendizagem se desenvolve naturalmente. Essa é a base do Transformar”, observou.
As formadoras do Transformar
O programa é conduzido por três profissionais de referência nacional em educação inclusiva e desenvolvimento humano:
- Maria de Fátima Minetto é psicóloga, doutora com pós-doutorado em Psicologia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e especialista em Educação Especial pela UFPR. É professora associada no Departamento de Teoria e Fundamentos da Educação da UFPR e atua no Ambulatório da Síndrome de Down do Hospital de Clínicas. Coordena o LAPEEDH/LABBEBÊ – Laboratório de Pesquisas em Educação sobre o Desenvolvimento Humano, em parceria com a OMS, Autism Speaks e universidades internacionais.
- Elyse Matos é advogada, mestre em Direito pela Université Sorbonne (Paris II) e em Educação pela UFPR, onde também é doutoranda. Fundadora do Instituto ICO e da clínica Ico Project, é responsável pela implantação no Brasil do Caregivers Skills Training. “Sabemos que a criança fala muito mesmo sem palavras. O programa ajuda o professor a perceber esses sinais e a compreender o comportamento como forma de comunicação. Essa é a grande virada de chave”, afirmou.
- Lilia de Jesus de Lima Faria é educadora e gestora pública, coordenadora da Divisão de Educação Especial de Fazenda Rio Grande e mestranda em Educação pela UFPR. Coordena o Fórum de Gestores da Educação Especial da Região Metropolitana de Curitiba (FORGEE) e é referência na formação de professores e na criação de práticas pedagógicas inclusivas. “Nosso papel é apoiar o professor a se perceber como agente de inclusão. Não se trata de aplicar técnicas prontas, mas de desenvolver sensibilidade e ferramentas para lidar com as diferenças de forma humana e eficiente”, destacou.
Inclusão como realidade
A formação será composta por 12 módulos, com previsão de encerramento em dezembro, e está estruturada em quatro eixos: a apresentação do programa e sua base teórica; a bioecologia do desenvolvimento, com foco nos fatores de risco e proteção; o envolvimento das crianças e estudantes nas práticas pedagógicas; e a manutenção do engajamento e do desenvolvimento contínuo.
Entre os participantes do lançamento estava Danielle Amorim Rosa Lira de Oliveira, fundadora do Instituto Duas Rosas, organização não governamental que atua com neurodiversidade e inclusão de pessoas com deficiência. Mãe de uma criança autista, ela destacou o significado da chegada do programa à cidade.
“É um programa mundial e Paranaguá está entre as 20 cidades escolhidas para participar. Isso é um grande passo. Os professores terão acesso a um conteúdo robusto, com base científica, e isso certamente vai refletir em mais desenvolvimento e inclusão dentro das escolas. Hoje a inclusão faz parte do nosso dia a dia - na escola, no comércio, em qualquer ambiente. Precisamos estar preparados para receber as pessoas com deficiência de forma acolhedora e respeitosa”, afirmou.
Compromisso com uma educação inclusiva
Ao encerrar a aula inaugural, Maria de Fátima Minetto reforçou que a inclusão é um processo compartilhado entre escola, família e comunidade. “Os alunos precisarão dos atendimentos individuais, mas nas horas em que estiverem com o professor, precisam se desenvolver. O que buscamos é oferecer ferramentas para que isso aconteça, com sensibilidade e propósito”, afirmou.
Com o Programa Transformar, a Prefeitura de Paranaguá reafirma seu compromisso com uma educação inclusiva, humanizada e de qualidade, consolidando o município como referência nacional em inovação pedagógica e desenvolvimento humano.
> Encontre-nos no Facebook
						
						
						
					O programa busca melhorar a comunicação, prevenir e manejar comportamentos desafiadores, promover a resolução de conflitos e incentivar o autocuidado do professor.
Durante a abertura, a supervisora especial de Educação Especial e Inclusão, professora mestra Sandra José Vellozo, ressaltou a relevância da formação para o cotidiano escolar. Segundo ela, o Programa Transformar chega a Paranaguá com o propósito de fortalecer uma educação mais inclusiva, equitativa e acessível para todos, representando um passo importante na valorização da diversidade dentro das escolas.
“Somos privilegiados por receber essa parceria, que vai beneficiar diretamente nossos alunos atípicos, oferecendo suporte especializado e promovendo a capacitação dos professores. Com isso, avançaremos na inclusão efetiva, tornando nossas escolas mais preparadas para acolher cada estudante em sua singularidade. Acreditamos que a inclusão começa pela formação de quem ensina. Por isso, investir na qualificação dos educadores é investir em uma educação pública mais justa, humana e transformadora”, afirmou.
Uma formação com base científica e olhar humano
Desenvolvido pela UFPR, o Programa Transformar se fundamenta na ciência do desenvolvimento humano, integrando princípios da análise do comportamento, da educação positiva e da psicologia positiva. A metodologia é inspirada em programas internacionais da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Autism Speaks, e chega a Paranaguá em uma adaptação inédita voltada à prática pedagógica.
“O Programa Transformar é uma adaptação de um treinamento de pais organizado pela OMS e pela Autism Speaks, criado para apoiar famílias que não têm acesso a atendimentos terapêuticos especializados. Ele beneficia especialmente crianças com autismo ou com atraso no desenvolvimento, mesmo sem diagnóstico formal”, explicou Maria de Fátima Minetto, professora doutora da UFPR e coordenadora do projeto.
De acordo com Maria de Fátima, o foco é oferecer recursos para que pais e professores compreendam melhor a comunicação e o comportamento da criança, sem a intenção de transformá-los em terapeutas. “Queremos dar ferramentas para promover engajamento, desenvolvimento e aprendizagem - e Paranaguá tem sido parceira fundamental nesse processo”, completou.
Segundo ela, o projeto é subsidiado pelo MEC e está sendo implementado em um grupo restrito de municípios brasileiros. “É um orgulho chegar até Paranaguá e ver o engajamento dos educadores da região. Estamos muito felizes com a adesão e com o compromisso da cidade em ser pioneira nesse processo”, destacou.
Da metodologia clínica à prática escolar
O Caregivers Skills Training (CST), criado pela OMS e pela Autism Speaks, é um programa com evidência científica internacional, voltado ao treinamento parental - ou seja, à capacitação de cuidadores para lidar com comportamentos desafiadores e estimular o desenvolvimento de crianças com atraso no desenvolvimento. Pela primeira vez no mundo, essa metodologia foi adaptada para o contexto educacional, com foco na rotina das escolas públicas.
“A intenção, em hipótese alguma, é transformar o professor em terapeuta. Estamos em uma realidade de sala cheia, diferente de uma clínica. Mas é possível compreender os princípios terapêuticos e aplicá-los de forma pedagógica, com estratégias simples que fazem diferença no dia a dia”, afirmou Maria de Fátima.
Ela reforçou que o programa já demonstrou resultados positivos em outras cidades brasileiras. “Quando o adulto entende a forma de comunicação da criança, o processo de aprendizagem se desenvolve naturalmente. Essa é a base do Transformar”, observou.
As formadoras do Transformar
O programa é conduzido por três profissionais de referência nacional em educação inclusiva e desenvolvimento humano:
- Maria de Fátima Minetto é psicóloga, doutora com pós-doutorado em Psicologia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e especialista em Educação Especial pela UFPR. É professora associada no Departamento de Teoria e Fundamentos da Educação da UFPR e atua no Ambulatório da Síndrome de Down do Hospital de Clínicas. Coordena o LAPEEDH/LABBEBÊ – Laboratório de Pesquisas em Educação sobre o Desenvolvimento Humano, em parceria com a OMS, Autism Speaks e universidades internacionais.
- Elyse Matos é advogada, mestre em Direito pela Université Sorbonne (Paris II) e em Educação pela UFPR, onde também é doutoranda. Fundadora do Instituto ICO e da clínica Ico Project, é responsável pela implantação no Brasil do Caregivers Skills Training. “Sabemos que a criança fala muito mesmo sem palavras. O programa ajuda o professor a perceber esses sinais e a compreender o comportamento como forma de comunicação. Essa é a grande virada de chave”, afirmou.
- Lilia de Jesus de Lima Faria é educadora e gestora pública, coordenadora da Divisão de Educação Especial de Fazenda Rio Grande e mestranda em Educação pela UFPR. Coordena o Fórum de Gestores da Educação Especial da Região Metropolitana de Curitiba (FORGEE) e é referência na formação de professores e na criação de práticas pedagógicas inclusivas. “Nosso papel é apoiar o professor a se perceber como agente de inclusão. Não se trata de aplicar técnicas prontas, mas de desenvolver sensibilidade e ferramentas para lidar com as diferenças de forma humana e eficiente”, destacou.
Inclusão como realidade
A formação será composta por 12 módulos, com previsão de encerramento em dezembro, e está estruturada em quatro eixos: a apresentação do programa e sua base teórica; a bioecologia do desenvolvimento, com foco nos fatores de risco e proteção; o envolvimento das crianças e estudantes nas práticas pedagógicas; e a manutenção do engajamento e do desenvolvimento contínuo.
Entre os participantes do lançamento estava Danielle Amorim Rosa Lira de Oliveira, fundadora do Instituto Duas Rosas, organização não governamental que atua com neurodiversidade e inclusão de pessoas com deficiência. Mãe de uma criança autista, ela destacou o significado da chegada do programa à cidade.
“É um programa mundial e Paranaguá está entre as 20 cidades escolhidas para participar. Isso é um grande passo. Os professores terão acesso a um conteúdo robusto, com base científica, e isso certamente vai refletir em mais desenvolvimento e inclusão dentro das escolas. Hoje a inclusão faz parte do nosso dia a dia - na escola, no comércio, em qualquer ambiente. Precisamos estar preparados para receber as pessoas com deficiência de forma acolhedora e respeitosa”, afirmou.
Compromisso com uma educação inclusiva
Ao encerrar a aula inaugural, Maria de Fátima Minetto reforçou que a inclusão é um processo compartilhado entre escola, família e comunidade. “Os alunos precisarão dos atendimentos individuais, mas nas horas em que estiverem com o professor, precisam se desenvolver. O que buscamos é oferecer ferramentas para que isso aconteça, com sensibilidade e propósito”, afirmou.
Com o Programa Transformar, a Prefeitura de Paranaguá reafirma seu compromisso com uma educação inclusiva, humanizada e de qualidade, consolidando o município como referência nacional em inovação pedagógica e desenvolvimento humano.
> Encontre-nos no Facebook

