Prefeitura de Paranaguá reforça educação ambiental com oficina de recicláveis e mini-hortas em garrafas PET

A ação da Semmadesp, realizada dentro da programação da Semana Lixo Zero, orientou alunos na construção de mini-hortas e vasos autoirrigáveis, estimulando práticas sustentáveis e educação ambiental

Nesta segunda-feira, dia 27, a Prefeitura de Paranaguá realizou uma oficina de recicláveis com foco na criação de mini-hortas e vasos autoirrigáveis, utilizando garrafas PET. A atividade fez parte da programação da Semana Lixo Zero, que ocorre em todo o Paraná até o dia 31 de outubro, com o objetivo de incentivar ações práticas de sustentabilidade e reaproveitamento de materiais.

Criada como uma iniciativa nacional, a Semana Lixo Zero é um movimento de mobilização social que busca promover a reflexão sobre o consumo e a geração de resíduos, incentivando práticas cotidianas mais conscientes e sustentáveis. Em Paranaguá, as ações são coordenadas pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Desenvolvimento Rural e Pesca (Semmadesp), que tem intensificado a educação ambiental como ferramenta de transformação social e ambiental no município.

Educação ambiental e o projeto Guardiões do Futuro

Durante a oficina, realizada na sede da Semmadesp, os participantes aprenderam a transformar garrafas plásticas em recipientes funcionais para o cultivo de hortaliças e temperos. Além disso, receberam orientações sobre quais espécies podem ser cultivadas em casa e os cuidados necessários para garantir hortas saudáveis e produtivas. A atividade também apresentou o conceito do vaso autoirrigável, um sistema que permite que as plantas absorvam a água de forma gradual, mantendo a umidade ideal e reduzindo a necessidade de regas frequentes.

A gestora ambiental Raphaela Caetano, integrante do programa de Educação Ambiental da Semmadesp, explicou que a ação marca o início das atividades abertas ao público dentro da Semana Lixo Zero. “Na semana passada, realizamos algumas ações internas, como demonstrações do manejo das composteiras que temos aqui na secretaria e em escolas parceiras. Agora é o momento de envolver a comunidade. Hoje tivemos a oficina de mini-horta e vaso autoirrigável; amanhã (28) faremos uma revitalização na Associação de Catadores de Materiais Recicláveis da Vila Santa Maria (Assepar), na quarta (29) um mutirão de limpeza e, na quinta (30), uma oficina de compostagem. Todas essas atividades fazem parte da programação da Semana Lixo Zero”, destacou.

A coordenadora ambiental da Semmadesp, Jusemara Gaska, reforçou que a ação integra o projeto Guardiões do Futuro, desenvolvido pela secretaria há nove anos e voltado à educação ambiental em escolas, empresas e comunidades. “O Guardiões do Futuro busca justamente isso: levar conhecimento e consciência ambiental para todas as idades, mostrando a importância da destinação correta do lixo, da reciclagem e do reaproveitamento do que temos em casa. É um trabalho que fazemos com amor, e que envolve desde a compostagem até o cuidado com as abelhas sem ferrão e o cultivo de hortas. O resultado aparece nas escolas, nas famílias e nas comunidades que abraçam a causa”, explicou.

Ela destacou ainda a importância de começar pela base. “É fundamental trabalhar com as crianças e os jovens, porque é neles que conseguimos plantar essa semente da mudança. Reeducar adultos é muito mais difícil, mas quando os pequenos aprendem e levam esse conhecimento para casa, a transformação acontece naturalmente”, completou.

Aprendizado na prática: sustentabilidade dentro e fora da sala de aula

Os alunos do Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos (CEEBJA) participaram da oficina e levaram para casa os vasos produzidos. A professora de geografia e sustentabilidade do CEEBJA, Vera Lúcia, ressaltou a importância da vivência prática para consolidar o aprendizado em sala.

“Essas oficinas permitem que os alunos coloquem em prática o que aprendem em teoria. São pequenos gestos, como plantar ou reciclar, que fazem diferença e ajudam a resgatar um modo de vida mais simples e sustentável. É nesse contato direto com o meio ambiente que o conteúdo ganha significado e se transforma em atitude”, afirmou.

Na mesma linha, a diretora auxiliar do CEEBJA, Carla Patrícia Gomes Costa, destacou que a iniciativa tem despertado o interesse e a participação ativa dos estudantes. “Eles já têm uma horta na escola e estão empolgados em aprender agora o modelo suspenso, que poderão reproduzir tanto no ambiente escolar quanto em casa. Essa vivência prática, o contato direto com a terra e o cultivo das plantas despertam neles um novo olhar sobre o cuidado, a responsabilidade e a importância da sustentabilidade no dia a dia”, disse.

Entre os participantes, a estudante Ivanil Monteiro, de 59 anos, e a colega Gleice Kelly Faustino Sabala Caprini, de 34, relataram o entusiasmo em aprender algo novo.

“Eu não sabia fazer horta e estou animada para levar essa ideia para a escola e para casa”, contou Ivanil.

Já Gleice reforçou o impacto coletivo das pequenas ações e o efeito transformador da educação ambiental no cotidiano dos alunos. “A gente sabe por alto o que é sustentabilidade, mas quando aprende de verdade, abre a mente para outras possibilidades. São conhecimentos que a gente leva para a vida. Quando cada pessoa faz a sua parte, o resultado vem — pequenas atitudes, somadas, fazem uma grande diferença. Eu quero aplicar em casa, com a minha filha, e mostrar para ela que cuidar da natureza é cuidar da gente também”, afirmou.

Para ela, iniciativas como a Semana Lixo Zero demonstram que a educação ambiental é uma ponte entre o aprendizado e a mudança de comportamento, despertando consciência e responsabilidade coletiva. “A gente percebe que não é só teoria - é algo que pode ser vivido. Quando colocamos a mão na terra, entendemos o quanto somos parte do meio ambiente. Isso transforma a forma como a gente age e enxerga o mundo”, concluiu Gleice Kelly.

A Semmadesp segue com a programação da Semana Lixo Zero ao longo da semana, com oficinas, mutirões e ações educativas voltadas à conscientização ambiental e à redução da geração de resíduos em Paranaguá. As atividades fazem parte de um esforço contínuo da Prefeitura para fortalecer a educação ambiental como ferramenta de transformação social e construção de uma cidade mais sustentável.

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